Não confio mais na lembrança

Me surpreendo comigo mesmo quando lembro alguma pendência relembrada em várias ocasiões passadas e depois esquecidas novamente. A cada relembrança nova dessa pendência anterior, a ideia original não me soa mais autêntica.

É uma lembrança picotada que a minha cabeça colou pedacinhos de outras peças com modelos diferentes pra completar a figura.

Por exemplo, esqueci que tinha esse blog, várias vezes, e lembrei dele quando quis escrever alguma coisa, então esqueci logo em seguida o que queria escrever, só pra relembrar depois, mais tarde, quando já não sabia outra vez, pois... esqueci.

É confuso aceitar isso, sobretudo quando a vontade persiste, mas acho que assim é melhor. Será?

Não gosto de surpresas e sou pessimista há bastante tempo, porque sempre deixo minhas expectativas abaixo do esperado. Nisso é mais fácil e menos dolorido quando o baque acontece.

s/t

Abraçaria você para quebrar-te o casco
E te libertar do lugar adotado como lar
Quem sabe você entenderia
A dor infligida pelas ações dos seus pares
Nesta celebração da extinta idade
Enxergaria seu reflexo desmanchando?
Ou fingiria conduta no pacto?

s/t

Sobrevoando a fossa
Pensas em penas e no vazio
Imaginas belas paisagens
Recheadas de maus odores
E pessoas tristes
Ouço do bico dizeres
Cantos mágicos forjados
Em ritmo náutico
Para acalentar o povo
No distúrbio alado